quinta-feira, 3 de março de 2016

Não acredito em dietas

Aquela velha história: um belo dia, com seus 37 anos, você sai de casa, tem um dia estressante, acha que tem um caroço no pescoço e vai parar no seu médico de confiança (quem nunca?).

No dia em questão você comeu mal, dormiu mal, acordou puto e foi trabalhar. Seu peso está uns 15 kilos fora do padrão recomendado pelo OMS, sua alimentação é típica de um sujeito que corre para sobreviver da correria do dia-a-dia e, claro, você não tem tempo de fazer qualquer tipo de exercício. Se reconheceu?

Em novembro de 2015 cheguei, como tantos brasileiros, ao médico que não via há 3 anos e depois dele reclamar do meu peso resolvi tirar a pressão... Eram mais ou menos 15h, ou seja, pico do stress do dia, e como sabemos ao aferir minha pressão descobri que o céu é o limite.

Os puxões de orelha foram todos: idade de risco, sobrepeso, alimentação, hipertensão... Aquilo tudo que conhecemos. Porém, no final, o médico soltou algo que despertou em mim o instinto masculino, a honra que minha barriga estava escondendo e que meu amor pela alimentação baseada em mamíferos suínos não me deixava ver. Ele disse: "Em breve terei que lhe passar um remédio para controlar a pressão e o colesterol, porque sei que você NÃO CONSEGUIRÁ emagrecer.

Bom, a partir dali minha vida mudou. Aquela frase soou para mim como blasfêmia e passei a buscar o que fazer para perder peso. Pesquisei, pensei, vi preços de academia... Até que algo veio à minha cabeça e um milagre, repito, um milagre aconteceu: comecei a andar.

Aristóteles dizia que o ser humano pensa melhor andando, inclusive, o mestre gostava de dar aulas andando. Sem discutir com a maior cabeça que o ocidente já conheceu, passei a caminhar como um filósofo grego. No primeiro dia coloquei um tênis, uma bermuda, um fone e, no meu ritmo, sai de casa andando. Andei por minha rua, pelos condomínios próximos, passei pela padaria, atravessei a rua, vi o supermercado, o banco, os belos prédios e sua arquitetura e quando dei por mim estava na praia (moro no Rio de Janeiro). Olhei para o relógio e já havia andado uma hora quando resolvi voltar. Sem sentir, cheguei em casa depois de duas horas de caminhada.

Hoje transformei esse hábito em algo diário, saio de casa mais ou menos 6h da manhã, chego em casa 8h e, inclusive, sábados e domingos faço o mesmo percurso. Vou escutando geralmente áudio books, podcasts, aulas e esse momento, além de um exercício, se tornou um aprendizado. Por estar andando, acabo conhecendo melhor o bairro, o nome das ruas e me sinto feliz por isso (o que é fundamental).

Em um segundo momento da minha caminhada, depois do primeiro mês, passei a correr e hoje dos 12 quilômetros que ando eu corro uns oito quilômetros. Já comprei tênis melhores, já comprei suportes para celular, baixei podcasts maiores e até aplicativos de corrida, ou seja, meu hábito só melhorou minha vida.

Conciliando minhas caminhadas e corridas, passei a evitar comidas industrializadas... Só isso, de resto, vida normal. Além disso, costumo beber bastante água e acho que assim encontrei o equilíbrio: exercício, boa alimentação e hidratação.

Há! O peso? Foram 14kg em 4 meses. Pressão 12 por 8.

Abs!