sábado, 20 de dezembro de 2008

O Rio está acabado e desmoralizado 2



Repararam no último parágrafo? Dia 9 de dezembro eu coloquei uma postagem com o título "O Rio está acabado e desmoralizado", nela eu dizia como o Rio de Janeiro vem perdendo espaço, em todas as áreas, inclusive no futebol, para São Paulo. Bom, agora até a Abertura da Copa parece que vamos perder, será que poderemos ver algum jogo? Sei lá, um Camarões e Uruguai no Maraca seria razoável.

sábado, 13 de dezembro de 2008

AI-5

Hoje é aniversário do AI-5, o ato institucional que deixou a ditadura brasileira mais dura faz 50 anos. O período foi um dos mais conturbados da história brasileira e jovens estudantes lutaram bravamente contra os limites impostos pelo governo. Devemos lembrar, e respeitar, todos que foram presos, torturados e até mortos por nossa democracia, mas devemos lamentar por aqueles que ainda hoje dão entrevistas como heróis e estão envolvidos em falcatruas governistas. A data, que deve ser tida como vergonhosa, também mostra que o poder corrompe qualquer ideologia e que os comunistas de ontem podem ser os burocratas de hoje.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Capitu

Quando tinha mais ou menos 15 anos me forçaram a ler Dom Casmurro, foi na escola, era fim de ano e eu, que sempre gostei de português, me vi diante de tarefa árdua… Ler um livro do final do século XIX (final mesmo, foi publicado em 1899) com uma linguagem rebuscada e sem dúvida de difícil compreensão para um menino. Ainda hoje faço críticas a essa forma de “ensinar a gostar de ler” que as escolas adotam, mas foi assim, de forma um tanto quanto precosse, que tive meu primeiro contato com o grande Machado.
Já mais velho, com mais bagagem, mais leitura, me aventurei a ler Dom Casmurro, estava trabalhando em uma produtora de cinema que estava desenvolvendo um projeto baseado no livro e eu, como bom funcionário, resolvi ficar por dentro e, sinceramente, foi genial! Muito mais do que esperava, o escritor é muito maior do que me contavam e, depois daquele livro, fui visitando outros textos do autor percebendo que o título de maior escritor brasileiro não é para menos, depois de ler Machado de Assis você sai, no mínimo, falando melhor e com os pensamentos mais organizados (pelo menos me senti assim).
Há 100 anos atrás morria o maior escritor que essa terra já formou e por conta disso o ano 2008 no Brasil foi repleto de homenagens ao autor, desde mostras a reedições de suas obras. Machado de Assis foi homenageado de várias formas mostrando, ou tentando mostrar, que brasileiro tem memória. A Rede Globo também quis homenagear o grande escritor e para isso escolheu seu romance mais emblemático, o mesmo que li ainda jovem, Dom Casmurro, para servir de base para a minissérie que ontem a emissora colocou no ar com o título de Capitu. Capitu foi a musa do romance Dom Casmurro, um amor para o personagem principal e uma obsessão também, Dom (Bentinho) narra toda a história em primeira pessoa e de forma subjetiva conta sua versão do romance com Capitú e a possível traição da moça com Escobar, amigo do casal. A trama é complexa, fica difícil saber se a versão contada por Dom Casmurro é verdadeira ou não, já que o narrador oscila, a todo tempo, de temperamento. A minissérie, dirigida por Luiz Fernando Carvalho, tem um tom pop e teatral que visa atrair os mais jovens, mas a meu ver, afasta mais do que agrega público. Não por estar ruim, pelo contrário, a fidelidade ao texto é um dos pontos máximos além da produção, caracterização e a câmera nervosa e bem enquadrada com incidências de imagens do início do século XX, só não sei se os olhos brasileiros vão captar bem as imagens, surgindo ai um outro problema: Machado de Assis não agrada o grande público por conta de sua linguagem rebuscada e de difícil compreensão, é um autor antigo, de outra época e outro século, normal os mais jovens não entenderem, a minissérie tentou modernizar e modernizou tanto que deixou Machado ainda mais incompreensível, não sei, mas ainda acho que o Dom de Fernando ainda é para poucos. A TV está hoje presa à audiência, uma pena, pois excelentes trabalhos como essa minissérie podem se tornar cada vez mais escassos.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Rio está acabado e desmoralizado

Já faz algum tempo eu venho falando de como o Rio de Janeiro, cada vez mais, vem perdendo seu espaço como pólo cultural brasileiro para São Paulo. Coisas básicas vêm acontecendo: não temos mais grandes musicais, grandes mostras de arte, deixamos de ser um pólo publicitário, não somos mais a sede da Fórmula 1, de entrega de prêmios, de concertos internacionais relevantes e até o samba, que era nossa praia, está começando a ser mais reconhecido e aclamado em Sampa, levando muito bamba para lá. Méritos paulistas a parte, a coisa tá braba para os cariocas. A violência vem contribuindo, e muito, para a fulga cultural carioca, mas não é a única razão desse fenômeno, com ela temos o desinteresse das autoridade, governos populistas no estado e no município e falta de incentivo de empresas, já que essas, na sua grande maioria, têm sede em São Paulo.
Eu já vinha me acostumando com a idéia de deixar de ser a capital cultural, mas sempre achei que o futebol carioca, esse sim, teria sempre seu espaço no Brasil e no mundo, mas… Estava muito enganado. Futebol é cultura (por que não?) e este também precisa de investimento e renovação, coisa que não aconteceu no Rio e ai, ficou fácil, São Paulo dominou. E olha que foi bem feito, bem dominado, a ponto do sotaque paulista ser o mais ouvido em resenhas futebolisticas, outrora uma tradição carioca, e a famosa música: “Domingo eu vou ao Maracanã” ser substituida por “Domingo eu vou ao Pacaembú”… Só faltando patentear . Os paulistas chegaram para acabar, têm grana, estrutura e ganham todas! Nós ainda estamos no tempo da Máfia do futebol, com clãs que dominam a máquina futebolisticas formando uma situação semelhante a da Liga de Escolas de Samba (que devem se preocupar pois Sampa também tem “Apoteose”) e, por conta disso, times cariocas de tradição começam a engasgar e mostrar sinais de fraqueza e má administração. Não sei não, mas daqui a pouco os cariocas terão a segunda divisão do campeonato brasileiro como objetivo, surgindo apenas como possíveis adversários dos paulistas, mineiros, gaúchos que cairem para a segundona, o pior, satisfeitos com sua situação, lutando por um campeonato carioca de 4 times e continuando, como todo carioca, se conformando que São Paulo é melhor.
Os paulistas são mais certinhos e só querem e pensam em trabalhar, cariocas são mais espertos, assim se colocam, gostam do sol, da brisa e da praia que, por sinal, é a única vantagem que temos sobre os paulistas. Só nos resta torcer para que o descongelamento não leve o mar para São Paulo, ou se não, poderemos ouvir falar em “Morumbi, a princesinha do mar”.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O dia em que eu chorei

Homem não chora. Essa afirmação ecuou em minha mente durante anos, talvez por imposição social, por ser filho de militar, pelo simples fato de ter nascido em uma época onde valores machistas eram mais evidentes, sei lá, só sei que foi assim.
Quando saí da infância para a adolescência a cobrança se tornou ainda maior, chorar era sinônimo de fraqueza e isso, em um grupo homogêneo e masculino da periferia, seria algo inadimissível.
Já adulto eu comecei a encarar o choro de forma mais natural, deixava cair, deixava correr, mas… Era algo um tanto quanto melacólico, sei lá, meio contido, duro, parecia que estava chorando por não querer chorar.
Dia 23 de novembro de 2008, mais ou menos uma hora da manhã, eu comecei a mudar minhas concepções, meus paradigmas e o choro, sei lá, esse veio sem esforço, sem medo, sem pena de mim. Meu filho nasceu. Estranho falar isso, não por ser filho, não por nascer, mas por mim. Nunca fui muito chegado a crianças, nunca tive muito jeito, mas ele mudou tudo! Vinícius, assim ele se chama, veio ao mundo para mudar meu mundo, minhas concepções, minha forma de amar e, é claro, de chorar. Ele nasceu e brotou em mim, imediatamente, um sentimento único de compaixão para com ele, minha mulher, meus pais e amigos. Quando aquela criatura tão pequena e frágil chegou ao mundo eu chorei, como um menino que sempre tive guardado em mim, como alguém que aguardava o momento certo para deixar seus sentimentos menos evidentes sairem e não desperdiçar nenhuma lágrima. Viva Vinícius! Que traga muitas alegrias e choros apenas de felicidade, como os de um pai desarmado e babão como eu.
Obrigado por ter vindo com saúde, pode contar sempre com seu pai, ele te ama.

P.S: Demorei um pouco para escrever pois nesses momentos devemos pensar antes de escrever qualquer coisa.