Alguns casais que me procuram para tentarem um divórcio
consensual acabam se decepcionando no meio do caminho, porque não é fácil
depois de brigas, decepções, mágoas, um lar despedaçado, encontrarmos uma
solução para pensão, visitação, partilha de bens... Isso tudo é muito
desgastante e, realmente, requer muita força de vontade. No entanto, eu peço
força sempre, porque o melhor caminho sempre será o acordo.
No momento em que entrevisto uma pessoa ou um casal que
busca o divórcio, se existe ali naquelas pessoas (por isso a primeira entrevista
é tão importante) uma mínima intenção de conciliar, por menor que seja, vale a
pena tentar. Um divórcio é algo terrível, ninguém pode duvidar, mas reforço: havendo
um traço de civilidade entre aquelas pessoas, o advogado deve buscar uma
solução amigável.
Eu sempre vou defender a conciliação, a boa relação, até
porque, principalmente no caso de um casal com filhos, é sempre bom ir se
acostumando com a vida pós casamento, tendo em vista que os dois terão que
conviver até o fim da vida por causa dos filhos.
Sendo assim, uma conversa com cada um em separado e depois com
os dois, se faz necessária. No entanto, uma conversa conjunta pode ser
importante. Ali, com os dois sentados, o advogado pode tratar das coisas sem
ruídos e, claro, se ambos quiserem tratar disso sem agressões tornam a conversa
muito mais razoável e objetiva.
Importante lembrar que esse encontro entre o casal deve ser
inicial, pois pelo que percebo com minha experiência, o casal (salvo raras
exceções) quer resolver tudo bem rápido e esse tempo deve ser entendido pelo
advogado. Batemos um papo, traçamos as linhas gerais, trocamos e-mails e vamos
montando o acordo em separado com reuniões e trocas de e-mail.
Tendo tudo alinhado, o que o casal mais quer - que é
resolver tudo - acontece, porque como o divórcio consensual (judicial ou
perante um tabelionato) é basicamente a homologação de um acordo, não temos
aquela instrução presente nos processos de conhecimento.
Vale a pena! Eu, como um entusiasta, serei sempre a favor do
bom senso e do consenso, sempre melhor o caminho da paz!
Abs!