R.I.P

Esse é Joel Santana

Não, não é montagem.

Foto: AFP

Paul McCartney no Brasil em 2010! Será?

Crítica sobre Budapeste? Não, não é para tanto.

Hoje é aniversário de Chico Buarque. No cinema, em cartaz, Budapeste, filme baseado na obra do músico e escritor. Budapeste, na tela, me passou ser mais sombrio que o livro, mais melancólico e um pouco cansativo. Muito diferente do livro que, de leitura fácil e leve, bem construído (pelo ex-estudante de arquitetura) e mais humorado, desce macio sem dar nós na garganta.
Sei que cada um tem sua visão e é isso que torna mais interessante as adaptações de obras literárias, afinal, a forma que o livro me tocou não foi a mesma que tocou o diretor ou o roteirista, ficando assim um desencontro, como uma pessoa que nos é descrita e que quando conhecemos perguntamos como alguém poderia fazer um juízo tão diferente dela. A sensação ao ver Budapeste foi essa, de alguém que pensei conhecer mas que não reconheci, preferia quando a vida de José Costa ainda era só fruto da minha imaginação.

Caetano Veloso - Zii e Zie

É o seguinte: estou em casa nesse momento e acabo de escutar o novo disco de Caetano Veloso, Zii e Zie. Coisa muito séria, trabalho incrível e inovador como todos os rompantes e atitudes do compositor. Sempre achei Caetano algo moderno, mesmo sabendo que ele chegou nessa terra muito antes de mim (parafraseando o poeta), sempre me senti um pouco atrás de sua avant garde e dessa vez ele surpreendeu até os mais “moderninhos”. Há uns três álbuns atrás eu ainda comprava seus discos nas lojas, para dizer a verdade, o último álbum eu comprei na loja, mas mundo mudou, Caetano mudou, seu público mudou e eu também mudei, fiz o download de Zii e Zie e, politicamente correto (na verdade para saber quem toca e por amor ao CD, como uma relíquia), comprei depois de ouvir (mas pela internet, claro!). O disco, que acompanhei pelo blog Obra em Progresso mais do que ao vivo, já que a cidade anda violenta e sair de casa para ir ao show do Caetano, a cada disco, fica mais perigoso, ficou impecável! Ouvi e de primeira me surpreendeu, nem sei onde escutei, se foi no CPU, no IPod, no carro, sei lá... A musica está tão livre e é tão prático o acesso que eu nem me lembro onde o CD (seria trabalho? CD é um objeto e hoje musica é arquivo, transita, plana por ai) me arrebatou. De qualquer forma, fica aqui minha impressão, escutem, seja lá onde for, vale a pena.

P.S.: O que é o disco do Little Joy? Achei genial.

Wonderful

Realmente um soco na cara de todos que estavam lá e de nós mesmos, como já questionado: "onde você guarda o seu preconceito?"

http://www.youtube.com/watch?v=xRbYtxHayXo

Leite Derramado

Chico Buarque lançou seu novo livro. Eu estou em uma idade que, sinceramente, fico muito mais feliz quando Chico surge, do nada, com seus trabalhos literários do que com suas obras musicais. Sei lá, me sinto mais contente e pelo que ando lendo, ele também. Chico, o músico, gosta cada vez mais de ser Chico, o escritor, fazendo cada vez menos shows e sendo visto mais em feiras literárias do que no Canecão. Eu estou com ele, me sinto cada vez mais à vontade em ler seus livros e, cada vez mais, tenho mais preguiça de ir até o Canecão. Eu passei esse fim de semana na Livraria da Travessa e dei uma olhada no livro que, por questão de leituras atrasadas, não comprei. Sendo assim, não tenho nada para falar sobre Leite Derramado, somente que o livro saiu com a capa branca e laranja (vejam a que melhor combina com suas estantes), que o layout segue o modelo dos anteriores lançados ou re-lançados pela Editora Companhia das Letras e que vale a pena conferir, afinal, Chico, o escritor, vem ficando cada vez melhor a cada livro. Seu último e premiado trabalho , Budapeste, não deixa dúvida de que o escritor amadurece a cada novo trabalho e acho que é isso que vem dando tanto entusiasmo ao artista, Chico, o músico, este já imortalizado, mostra que nunca é tarde para surpreender e se torna, vejam só, uma novidade cada vez mais interessante. Fica a dica.