Lula disse: "Muitos dedos que apontam contra a energia limpa dos biocombustíveis estão sujos de óleo e carvão". O que ele quis dizer com isso? Bom, muita coisa e quase nada, Lula gosta de dar tom profético a suas frases, ele faz com isso a manutenção da figura messiânica que o PT constrói em volta dele. Lula é o homem dos discursos, talvez o único ainda vivo, que consegue arrastar multidões com sua retórica.
O brasileiro, como a maior parte dos povos da América Latina, sempre gostou de discursos, talvez por sermos um povo pouco letrado nos encantamos quando alguém com desenvoltura e segurança expõe suas idéias, gostamos de quem fala muito e não diz nada, gostamos de frases de efeito e por conta disso colecionamos em nossa história célebres oradores que nos perseguem desde a época do bacharelismo.
Lula é um governante que gosta de falar e que sabe a repercussão de suas palavras, por isso fala, fala muito! Fala de si, fala dos outros, fala de seu partido e até de outros países. Na ONU, Lula soltou mais uma, a pena é que no primeiro mundo papo é coisa de grego, as ações são muito mais importantes e, por conta disso, sua frase ficou um pouco fora de contexto, afinal, apontaram para Lula com os dedos sujos de óleo e Lula aponta para eles com as mãos calejadas de facão. A ONU se torna uma Torre de Babel, ninguém mais se entende e o messias profetiza: “Não existe aumento de alimentos, isso é culpa dos “lobbies”, do protencionismo…”, todos se olham, ninguém entende nada.