Ontem um pai de família matou sua esposa e arremessou seus
dois filhos pela janela em um condomínio de classe média alta na Zona Oeste do
Rio de Janeiro.
O surto que acometeu aquele pai de família é algo
aterrorizante e sua atitude foi absurda, no entanto, quem somos nós para
julgá-lo? A loucura é algo inimputável, não tem julgamento, não tem parâmetro,
não tem sentido. Só nos resta, realmente, lamentar. Quando temos integras
nossas faculdades mentais é muito difícil compreender.
A triste história, porém, traz algo para se pensar. A
loucura daquele pai de família teve uma origem que deve ser criticada, mas a
crítica não deve ser direcionada a ele, uma vítima, mas à sociedade em que
vivemos. Cada dia estamos mais presos a este estereótipo de sucesso, de
dinheiro, de fama, de corpo, de perfeição. Somos humanos, falhos, nos frustramos
e nos frustraremos por toda a nossa vida. Hoje, cada dia mais, a felicidade
deixa de estar relacionada ao romantismo, ao belo, para se transformar em algo
material. Corremos todos os dias atrás de um objetivo inalcançável e no fim do
dia percebemos que estamos dando para trás, deixando de lado o que realmente
interessa, ficando cada dia mais próximos do que temos do que aquilo que somos.
Muito triste tudo isso.